Recuperação, temporada 2.

~ música de fundo: 13 Canons, Op. 113: No. 12. Wenn Kummer hatte zu toten Macht, de Brahms


Estou a terminar de recuperar de uma cirurgia aos joelhos. E olhem…sabem que mais? Está a ser muito mais aliviante e muito mais sereno do que se estivesse na CUF 6 semanas inteiras. E há muito menos solidão, em comparação com a temporada 1 de recuperação.

São duas recuperações diferentes, sim, eu sei. O nível de solidão é menor, como acima dito, mas ainda há réstias desse sentimento brusco, triste e bastante rancoroso. Quanto às minhas emoções, nas últimas 4 semanas estava quase paralisado delas mesmas – só hoje é que comecei a ter dormência e a voltar ao que era antes.

Esta é mais difícil do que a outra, confesso – mas isso é normalíssimo. É uma cirurgia que precisa de mais acompanhamento, mais recuperação e, com isso, com mais dores do que na de Março (e sejamos sinceros. Não modifica tanto a minha vida como a dos joelhos). É mais complicada, mas mais fácil de repousar – porque na outra estava preso à cama do hospital, com algálias, tubos e outros mecanismos.

Aqui, posso me movimentar, da cadeira de rodas à cama, da cama até à cadeira onde liberto os números 1 e 2. Tudo parece mais fácil e difícil, ao mesmo tempo.

Tenho companhia, das pessoas que mais amo no mundo. E com elas tenho aprendido coisas que provavelmente me iria recusar a fazer – como calar e simplesmente ouvir os outros a falar e/ou a desabafar.

No fundo, tem sido uma experiência de reflexão, onde tudo é refletido, desde a vida académica à vida mais quotidiana, das emoções aos simples gestos. Será o arranque daquele Hugo 2.0 que estava a ser moldado, pronto para enfrentar o Ensino Superior.

E eu gosto disso.

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