A vida está difícil para todos – os mais pobres são os mais afectados e neste momento há poucas hipóteses que tudo volte ao “normal”. Mas o que é o normal, afinal? Consideramos normal, como diz a canção, que os “ricos” ficam “cada vez mais ricos” e que os pobres “cada vez mais pobres”?
Não. Então, o que é normal?
Será que é dentro da norma o avançar da extrema-direita, fruto de anos de
governação falhadas, o que gera descontentamento?
É que sinceramente não sei.
O que não acho normal é que todas as áreas estão a ser
afetadas – na Habitação, vários jovens vêm-se com problemas porque só
conseguiram alugar uma esquina numa casa para poderem dormir, dado o aumento
doloroso das rendas e dos preços das casas. Na Saúde, cada vez mais grávidas
enfrentam o nascimento dos seus filhos fora do hospital, porque as urgências de
obstetrícia estão fechadas. Na Educação, há mais alunos sem professores
do que nos outros anos lectivos anteriores, para além de haver mais casos de problemas
de saúde mental por parte dos docentes. Na Justiça, cada vez mais casos
são arquivados ou demoram muito tempo. Na cultura….. o que há que já não
sabíamos? Falta de apoio para festivais, espectáculos; um ministério partilhado;
falta de apoio para os freelancers…nenhuma novidade.
Isto são pequenos exemplos de questões que não estão a ser
resolvidas porque estão a dar prioridade a assuntos pífios, que não interessam
ao menino Jesus, como por exemplo, as aulas de Cidadania, por motivos ideológicos
(onde é que já ouvi essa conversa da ideologia antes? Ah, foi com o CHEGA).
Ninguém se importa com o aumento drástico dos preços dos alimentos. Ninguém se preocupa com a falta de profissionais da saúde. Ninguém quer saber da educação, da cultura, do desporto, da juventude, da justiça.
Estão mais preocupados com armamento do que com temas que
cada vez mais empurram os portugueses para a miséria…ou então a empurrar os
portugueses para fora.
Quantos amigos meus vão emigrar, à procura de melhores
condições para estudarem?
Quantas pessoas eu vejo a emigrar, porque a situação está a
piorar?
Quantas mais pessoas são precisas emigrar para que o governo
perceba que está a fazer tudo mal?
Eu não sei.
Não sei.
Ou sei?
Aquilo que apenas sei é que não podemos estar mais calados. As
coisas precisam de mudar. E é já.
Coloquem os vossos megafones, escolham as palavras de ordem
e avancem.
Não fiques só a ler. Junta-te. Organiza-te. Cria. Denuncia.
Faz barulho.
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