O Diogo e o André. (nota especial.)


~ música de fundo: Epitáfio, de Titãs [Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer...]

Morreu Diogo Jota e André Silva.

Morreram dois irmãos que ainda tinham um sonho – o Diogo Jota e o André Silva – o sonho de voar mais alto. Especialmente o Diogo – casou ainda há dias, numa festa linda, com a sua companheira de vida, a Rute. A história de amor com Rute Cardoso começou muito antes da fama. A companheira acompanhou Jota desde os primeiros passos da carreira, incluindo a mudança para Inglaterra em 2017, quando se transferiu para o Wolverhampton. No casamento, celebrado a 22 de junho, prometeram amor eterno com a frase "Sim, para sempre".

Já André, a figura-sombra desta notícia trágica, era uma carreira quase no início. André Filipe Teixeira da Silva foi a outra vítima mortal no acidente de carro que também ditou a morte de Diogo Jota, na província espanhola de Zamora, na madrugada desta quinta-feira, após um despiste à passagem do quilómetro 65 da A52. Tinha 25 anos e representava o Penafiel, onde realizou 32 partidas na presente temporada, tendo marcado dois golos e duas assistências em todas as competições.

Estas duas mortes dizem-nos algo – que a vida é demasiado finita e que se calhar temos de repensar muito as nossas vidas, para que possamos estar mais com os nossos queridos. A morte é inevitavelmente inevitável. É absolutamente presente em cada um de nós e pode afetar a quem não estamos à espera.

Estas duas perdas destroem o coração de quem as lê, de quem as sente e, acima de tudo, de quem as vive. Dois jovens com vidas pela frente, sonhos ainda por cumprir, histórias de amor, de dedicação e de esperança que foram brutalmente interrompidas numa madrugada que nunca devia ter acontecido.

Diogo Jota não era apenas um craque em campo — era um ser humano com um percurso de humildade, de sacrifício e de conquistas, acompanhado sempre pela sua Rute, que agora vê o seu “para sempre” transformado num luto sem fim. Uma história de amor que, apesar de breve na terra, continuará eterna nos corações de quem os conhecia. A imagem daquele casamento recente, das juras de amor eterno, vai ecoar com uma dor agridoce por todos os que celebraram esse dia com eles.

André Silva, talvez menos conhecido, mas não menos importante, era também uma chama acesa no futebol português. Um rapaz novo, com 25 anos, com a vida a desabrochar, com cada jogo, cada golo, cada treino a aproximá-lo mais do seu sonho. Foi-se cedo demais, como tantos, deixando para trás não só números ou estatísticas, mas um legado de paixão pelo jogo, um rasto de amizades, de sorrisos, de momentos.

Este acidente deixa-nos, a todos nós, com a pergunta: e se fosse comigo? E se fosse alguém que amamos? A morte não pede licença. A vida, por isso, precisa de ser vivida sem medos de amar, de perdoar, de estar mais perto de quem realmente importa. Os pequenos momentos — um abraço, uma palavra, um olhar — são, no fundo, o que ficará quando tudo o resto se apagar.

Que Diogo e André voem agora alto, como sempre sonharam. Que o amor deles, as histórias deles, nos inspirem a ser melhores uns para os outros enquanto cá estamos. E que o futebol, que tantas alegrias nos dá, se curve hoje num silêncio sentido e respeitoso, pela memória de dois irmãos que partem juntos, mas que deixam um pedaço de si em cada coração que tocou.

Os meus sentimentos a todos os clubes por onde passaram estas duas lendas eternas. A toda a família. A todos os amigos.

Este texto não teve ajuda de Inteligência Artificial. 


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